terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Comportamentos que inibem a criatividade do aluno superdotado

Os professores devem sempre se atentar a algumas praticas educacionais que limitam o desenvolvimento potencial dos alunos com altas habilidades. A seguir listarei alguns exemplos:

01

Ensino voltado para o passado, enfatizando-se, sobretudo a reprodução e a memorização do conhecimento.

02

Práticas de exercícios que admitem apenas uma única resposta, fortalecendo-se a dicotomia certo-errado e cultivando-se o medo do erro e do fracasso.

03

Destaque á incompetência, á ignorância e á incapacidade do aluno, deixando de informá-lo a respeito de seus “pontos-fortes”, habilidades e domínios em que se sobressai.

04

Conteúdo de disciplinas voltado unicamente para o conhecimento do mundo exterior, pouco contribuindo para o auto-onhecimento.

05

Desenvolvimento de um número limitado de habilidades cognitivas, com poucas oportunidades para o desenvolvimento de habilidades de análise, síntese e avaliação.

06

Ênfase na obediência, na passividade, na dependência e no conformismo ás regras de conduta em sala de aula. Padrões de comportamento, caracterizados por autonomia, curiosidade, iniciativa, persistência, coragem para expressar e defender novas idéias, são pouco estimulados.

07

Desconsideração da fantasia e da imaginação como dimensões importantes da mente.

08

Descaso em cultivar uma visão otimista do futuro.

09

Padronização do conteúdo, aliado ao pressuposto de que todos devem aprender no mesmo ritmo e da mesma forma.


Saiba mais em: Referência: FLEITH, Denise de Souza. Desenvolvimento de talentos e altas habilidades: Orientações a pais e professores. Porto Alegre. Artmed 2007. Pág.143 e 144.

O Papel do Professor na educação do superdotado

Criatividade e Educação do superdotado.

Quando analisamos a literatura encontramos sempre relacionados com a educação do superdotado um elemento fundamentalmente, importante que é considerada um componente da educação dos superdotados a “criatividade”, alguns autores concebem a criatividade como sinônimo de superdotação ( Feldhusen, 1985).

O professor deve criar ocasiões para que a criatividade possa estar presente no contexto da sala de aula. Sugerimos a seguir algumas estratégias que podem ser utilizadas para tornar a sala de aula um ambiente ainda mais prazeroso, instigante e promotor de experiências.

01

Não se restrinja a exercícios e atividades que possibilitem apenas uma única resposta correta. Utilize também exercícios que estimule os alunos a serem o mais criativo e original em suas respostas;

02

Valorize as ideais originais de seus alunos;

03

Uma idéia original é apenas o primeiro passo, lembre os alunos da importância de rever e repensar as idéias criativas;

04

Encoraje os alunos a apresentar e defender as suas idéias;

05

Acentue o que cada aluno tem de melhor e informe-o sobre os seus “ pontos fortes”;

06

Desenvolva atividades que requeiram dos alunos iniciativas e independência;

07

Estimule a curiosidade dos alunos por meio das tarefas propostas em sala de aula;

08

Faça perguntas motivadoras, que incentivem os alunos a pensar e raciocinar;

09

De tempo aos alunos para pensar e desenvolver idéias;

10

De chances aos alunos para discordar e expor seus pontos de vista;

11

Diversifique as metodologias utilizadas em salas de aula;

12

Exponha aos alunos apenas criticas construtivas;

13

Reconheça que a criatividade incorpora uma variedade de processos;

14

Lembre-se que os alunos expressam de forma mais plena as suas habilidades criativas quando realizam atividades que lhe dão prazer. Como o manter vivo o prazer de aprender deve ser alvo de atenção de todos os professores, é relevante também que os alunos percebam em seus professores o prazer de aprender que caracteriza o docente que tem uma relação amorosa com o conhecimento, com as disciplinas sob sua responsabilidade;

15

Exponhas aos alunos a vários tipos de tarefas e atividades que requeiram tanto o uso do pensamento criativo quanto de outras habilidades;

16

Ajude os alunos a se libertarem do medo de cometer erros, manifestando tolerância e respeito pelas suas idéias, questões;

17

Proteja as produções dos alunos da critica destrutiva e da zombaria dos colegas;

Saiba mais em: Referência: FLEITH, Denise de Souza. Desenvolvimento de talentos e altas habilidades: Orientações a pais e professores. Porto Alegre. Artmed 2007. Pág.156-158

E o seu aluno, é superdotado?



Veja algumas características de crianças com superdotação

Identificando seu aluno Superdotado

As crianças que apresentam a superdotação escolar tendem a apresentar as seguintes características (Renzulli & Reis, 1997a):

Formulário para a identificação do superdotado. Reserve alguns minutos para listar os nomes de alunos que venha primeiramente á sua mente quando você lê a descrição abaixo. Utilize essa lista como uma associação livre e de forma rápida. É bem provável que você encontre mais do que um aluno para cada descrição.

01

Aprende fácil e rapidamente;

02

Original imaginativo, imaginativo,criativo, não- convencional;

03

Amplamente informado, informado em áreas não comuns;

04

Pena de forma incomum para resolver problemas;

05

Persistente, independente, auto- direcionado ( faz coisa sem que seja mandado;

06

Persuasivo, capaz de influenciar os outros;

07

Mostra senso comum, pode não tolerar tolices;

08

Inquisitivo, cético, curioso sobre como e porque das coisas

09

Adapta-se a uma variedade de situação e novos ambientes;

10

Esperto ao fazer coisas com materiais comuns;

11

Habilidades nas artes ( Música, dança ,desenho e etc.);

12

Entende a importância da natureza ( tempo, lua, sol, estrela,solo,etc.);

13

Vocabulário excepcional, verbalmente fluente;

14

Aprende facilmente novas línguas;

15

Trabalhador independente, mostra iniciativas;

16

Bom julgamento lógico;

17

Flexível, aberto;

18

Versátil, muitos interesses, interesses além da idade cronológica;

19

Mostra insight e percepções incomuns;

20

Demonstra alto nível de sensibilidade, empatia com relação aos outros;

21

Apresenta excelente senso de humor;

22

Resiste á rotina e repetição;

23

Expressa idéias e reações, frequentemente de forma argumentativa;

24

Sensível á verdade e á honra.

Fonte: Galbraith e Delisle (1996,p.14)

Leia mais em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/altashab1.pdf

10 equívocos sobre os superdotados

É errôneo dizer que todas as pessoas com superdotação ou altas habilidades possuem estas características, mas muitas pessoas ainda mantém o esteriótipo como maneira de definição do outro. Veja a seguir, alguns equívocos sobre a pessoa superdotada:

  1. São 'Nerds'
  2. São inaptas socialmente.
  3. Foram alunos excepcionais
  4. Atingiram um nível de educação formal
  5. São 'book smart' (enciclopédias ambulantes)
  6. São fisicamente desajeitados
  7. São bem sucedidos de forma uniforme em tudo, tem habilidades proporcionalmente distribuídas
  8. Possuem carreiras excepcionais
  9. São aptas ao sucesso, possuem mais facilidade por sua inteligência
  10. Não conseguem ser bem-sucedidos com coisas práticas por serem inteligentes demais, são como professores distraídos.


Características cognitivas e afetivas do superdotado

A literatura que aborda o assunto superdotação e altas habilidades é bastante abundante. A superdotação escolar, também conhecida como “Habilidade do teste ou da aprendizagem da lição, pois o que é facilmente identificado nos testes de QI para a entrada em programas especiais.

As crianças que apresentam superdotação escolar tendem a apresentar as seguintes características (Renzulli & Reis, 1997a):

Tira notas boas na escola

Apresenta grande vocabulário

Gosta de fazer perguntas

Necessita pouca repetição do conteúdo escolar

Aprende com rapidez

Apresenta longos períodos de concentração

Tem boa memória

É perseverante

Apresenta excelente raciocínio verbal e/ou numérico

É um consumidor de conhecimento

Lê por prazer Tende a agradar aos professores

Gosta de livros técnicos/ profissionais

Tendência a gostar do ambiente escolar

Dentre suas características afetivo-emocionais deste grupo, Renzulli e Reis (1997a) destacam:

O superdotado do tipo “escolar” tem necessidade de saber sempre mais e busca ativamente por novas aprendizagens. No entanto, pode estabelecer metas irrealisticamente altas para si mesmo (às vezes reforçadas pelos pais) e sofrer por medo de não atingir tais metas.

Demonstra perseverança nas atividades motivadoras a ele

Apresenta grande necessidade de estimulação mental

Apresenta grande intensidade emocional

Tem paixão em aprender

Revela intenso perfeccionismo.

Já a superdotação criativo-produtiva implica o desenvolvimento de materiais e produtos originais; aqui, a ênfase é colocada no uso e aplicação da informação – conteúdo – e processos de pensamento de forma integrada, indutiva, e orientada

para os problemas reais. As crianças que apresentam a superdotação do tipo criativo-produtiva tendem a apresentar as seguintes características (Renzulli & Reis, 1997a):

Não necessariamente apresenta QI superior Pensa por analogias

É criativo e original

Usa o humor

Demonstra diversidade de interesses Gosta de fantasiar

Gosta de brincar com as idéias

Não liga para as convenções

É inventivo, constrói novas estruturas

É sensível a detalhes

Procura novas formas de fazer as coisas

É produtor de conhecimento

Não gosta da rotina Encontra ordem no caos

Renzulli e Reis (1997a) destacam neste grupo as seguintes características afetivas e emocionais:

Investem uma quantidade significativa de energia emocional naquilo que fazem.

Apresentam preocupação moral em idades precoces

Necessitam de professores sensíveis aos seus intensos sentimentos de frustração, paixão, entusiasmo, raiva e desespero.

Precisam do apoio dos adultos para persistir em suas tarefas ou para canalizar suas energias de forma mais eficiente.

Frequentemente questionam regras/ autoridade

Demonstram sensibilidade / empatia

Demonstram autoconsciência

Demonstram perceptividade (insight)

Demonstram capacidade de reflexão

Apresentam senso agudo de justiça

Apresentam imaginação vívida


Definição de Superdotação e Altas Habilidades


Como se sabe, a nossa sociedade vive em constantes e rápidas mudanças, cada vez mais recursos tecnológicos e informativos estão disponíveis. O talento se torna um diferencial competitivo com crescente importância nas relações humanas. O tema altas habilidades e superdotação vêm ganhando importância nos últimos anos. Porém a definição de altas habilidades e superdotação é controversa e há muitas concepções diferentes.

Embora o termo seja muito amplo, SMITH (2008) trás uma definição simples e de fácil compreensão que diz que os indivíduos superdotados e com altas habilidades, por terem altos níveis de inteligência, desempenho acadêmico, criatividade ou habilidades únicas. Por isso, muitas vezes são sufocados por sistemas escolares que não desafiam ou desenvolvem suas capacidades cognitivas ou seus potenciais.

É difícil em meio a literatura encontrar uma definição específica para os termos superdotação e altas habilidades, existem autores que alegam que os sentidos dos termos variam conforme a cultura que o individuo está inserido. Portanto, buscamos uma definição pouco atual, porém aquela esta foi adotada como definição federal e que está crescendo na aceitação das pessoas:

Crianças e jovens com destacados talentos desempenham ou mostram o potencial para atuar em níveis notáveis de realização quando comparadas a outras crianças da mesma idade, com a mesma experiência ou no mesmo ambiente. Estas crianças e esses jovens exibem altas capacidades de desempenho nas áreas intelectuais, criativas e/ou artísticas; possuem uma capacidade incomum de lideranças ou superam expectativas em campos acadêmicos específicos. Eles requerem serviços ou atividades que normalmente são fornecidas pelas escolas. A projeção de habilidades estão presentes nas crianças e nos jovens de todos os grupos culturais, em todas as camadas econômicas e em todas as áreas do funcionamento humano; (U.S. Department of Education, 1994, p. 26)







Leia mais em: SMITH, D. Introdução à Educação Especial: Ensinar em tempos de inclusão - 5. ed. - Porto Alegre: Atmed, 2008. 480 p.